Nasceu como um grupo de leitura, integrado a um programa de longevidade. Mas bastaram algumas reuniões para entender que aquilo não era um simples grupo. O objetivo era comum: ler; melhor dizendo, ler o mesmo livro. Mas o que lá acontecia não era nada que pudesse ser definido a priori. A criatividade se impôs naturalmente desde o primeiro momento arrastando-nos a considerações riquíssimas, invocando filósofos, poetas, filmes, e novos livros. Um conhecimento construído, de um grupo de pensadores em ação. Sim, aquilo era uma verdadeira tertúlia, no sentido clássico que os intelectuais davam a essas reuniões. Assim nasceu a Tertúlia Literária: uma experiência fenomenológica de cultura compartilhada. Eis a voz dos participantes: “Ler é emocional. É necessidade. É prazer. É aprendizado. Delícia descobrir a possibilidade de compartilhar o que se lê! Tentador passar experiências e ir muito além das letras impressas. Ótimo ouvir interpretações diferentes. Os insights que saem dessas conversas afiam nossas capacidades de interpretar textos. Fica saboroso viajar na história. Essa é a magia da nossa Tertúlia! É desse modo, na intimidade com a leitura, e compartilhando as vivências com os outros, como a cultura vai se amealhando nas nossas Tertúlias Literárias, onde todos aprendemos. Os frutos são enormes e de tremenda amplitude. Um aprendizado de atitudes coerentes, que isso é a cultura: um posicionamento diante do mundo, uma resposta aos problemas essenciais aos quais o homem se enfrenta. Sirvam estas anotações recolhidas a modo de livro como inspiração e estímulo para novas tertúlias literárias. Com estes livros, ou com outros. Porque afinal, os livros são dinâmicos: somos nós os que mudamos de acordo com as circunstâncias em que a vida nos mergulha, e redescobrimos os livros de ontem, de hoje, de sempre. Uma metodologia que está ao alcance de qualquer um; requer apenas constância e proteger o tempo para esse momento cultural.