O avô e a neta do torresmo
por (Paulo Afonso Silva)
Fato real proporcionado por um profissional do volante. Frederico e eu estávamos nesse taxi. Poucas vezes vi e ouvi; gargalhadas tão saborosas do Frederico. Impossível não reproduzir a narrativa oral do avô orgulhoso da vivaz neta. Os ovos coloridos, que também despertavam minha curiosidade na infância, alvo de uma realizada breve pesquisa.
O taxista, “bom de papo”, antes do almoço de domingo, macarronada da nonna, a pedido da neta, sua cara nipote e cúmplice, com subterfúgios, envolvendo a mãe da menina de 10 anos, após um combinado disfarce de meia hora entre os chegados, saem pra comprar pão.
Estratégia dominical. Vão para o boteco da velharada, jogadores de dominó e sinuca, comer torresmo, torresmo carnudo, gordurento, que a nipote adora.
Os velhotes “paparicam” a garota comunicativa, que dá umas tacadas nas bolas de bilhar, habilidosa, sem rasgar o pano.
Na volta, desculpas pela demora. O vô quis fazer uma “fezinha”, “jogar no bicho”.
Nada sobre a ingestão de moela de frango, ovos tingidos de marrom (casca de cebola); de vermelho (beterraba); verde (espinafre); amarelo (açafrão); azul (repolho roxo) e os carnudos torresmos.
Saco de pão no sovaco e a alegria estampada nos rosto de vô e neta.