Dawn Eden: “The thrill of the Chaste. Finding Fulfillment while keeping your clothes on. Ed. Thomas Nelson. 224 pgs.
O testemunho de uma conversa. Conversa, em amplo espectro, e por isso um livro diferente e sugestivo. A autora é uma jornalista, judia, conversa ao cristianismo (não sabemos se é católica ou não, mas provavelmente é evangélica). Sua grande conversão, tema deste livro, é a descoberta da castidade como uma vocação. Embora a autora apóie seu raciocínio na vivência real e coerente da sua nova fé –citando com freqüência passagens da Sagrada Escritura, principalmente do NT- os argumentos que utiliza para defender a castidade são de uma lógica natural, aplicável a qualquer pessoa, independente de credo ou religião. Um livro escrito para mulheres, onde fica claro que a liberação sexual – a facilidade em oferecer-se como objeto sexual- é no fundo medo de não encontrar um companheiro para a vida, medo também de comprometer-se. Tem passagens interessantes não desprovidas de humor: “se você tem que perguntar a alguém se amanhã ainda vai te amar, é porque não estás segura de que te ama hoje à noite”. Uma coisa –diz ela- é ser solteira (single) e outra muito diferente ser singular (sugestivo jogo de palavras). Queremos alguém que nos ame, que seja como “Deus com pele de homem”. Aborda também as diferenças clássicas da alma feminina e a masculina, e anota como se comportam diante do fenômeno amoroso de modos diferentes. A autora conhece e cita Chesterton, e nota-se que admira o humor do escritor inglês, e tenta imitá-lo. Por isso o inglês dela nem sempre é acessível, visto que escreve em estilo coloquial, jornalístico, próprio de quem elabora artigos de divulgação. Fala, sem nenhum constrangimento, do seu passado repleto de sexo fácil e esporádico, e arranca dos próprios exemplos para mostrar como a castidade é um valor que enaltece a mulher. Por isso, o livro tem credibilidade e embora abuse às vezes dos argumentos bíblicos, dá o recado para as mulheres. Assim, um livro útil para quem está envolvido na formação das adolescentes e jovens mulheres, que brinda argumentos interessantes para viver na castidade. Não são argumentos novos; a novidade está no modo como a autora os coloca e, sem dúvida, na força que adquirem por ser quem escreve alguém experimentado nestas aventuras.