Kazuo Ishiguro. “Não me abandone jamais” Companhia das Letras. São Paulo (2005). 343pgs.
Romance peculiar, com um suspense “incômodo” que apenas se esclarece no final do livro. As pessoas funcionam corretamente, mas são como de plástico, sem história de vida, sem raízes, sem família. Algo não se entende. E chega mesmo a incomodar as passagens onde se mostra que funcionam sem nenhuma categoria moral, apenas com uma correção formal muito questionável. No fim, tudo isto vem à luz, mas já é tarde. O impacto é forte, mas é uma pena que tenha se deixado para o final o grande questionamento: o que fazemos com toda essa técnica que nos embriaga? Por outro lado, se isto fosse mostrado desde o começo, perderia força e suspense.
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