Axel Munthe: “O livro de S. Michele”.

Pablo González BlascoLivros 3 Comments

Axel Munthe: “O livro de S. Michele”. Ed Globo. Rio de Janeiro . 1947.(La Historia de San Michelle , Ed Juventud Barcelona , 1935. 28 ed. 1990. 461 págs..)

Leituras na Pandemia – 3

Após muito anos, agora espicaçado pelos pensadores da Tertúlia Literária, voltei a ler a obra de Axel Munthe. Também é verdade que no intervalo destas décadas -estava eu na faculdade de medicina, quando o li por primeira vez- tive a oportunidade de ver de longe San Michele. Foi durante umas conferência no sul da Itália, perto de Nápoles. Uma esticada até Capri -no caso Anacapri- era obrigada. Mas não foi a visão da vila que Axel Munthe montou para si o que me trouxe nova luz sobre o livro do médico sueco; penso que foram os muitos anos agora como colega de profissão o que me fez olhar para a história e S. Michelle com outros olhos. Talvez algo similar ao que aconteceu a Munthe que, segundo ele mesmo confessa, escreveu a história de S. Michele -mistura de memórias e sonhos- a pedido de Henry James, o escritor americano, que foi seu hóspede na vila de Anacapri.

Munthe escreve para esquecer a depressão que a cegueira precoce lhe produz. “Para um homem que deseja esquecer seu infortúnio, nada melhor do que escrever um livro; nada melhor do que escrever um livro para um homem que não conseguia dormir (…) Você pode viver sem esperança, sem amigos, sem livros, mesmo sem música, enquanto pode ouvir seus próprios pensamentos e ouvir o canto de um pássaro do lado de fora da janela e a voz distante do mar”. E acrescenta abrindo assim o caminho para suas memórias: “A maneira mais fácil de escrever sobre si mesmo é pensar nos outros”.

Memórias e sonhos, como o curioso diálogo com um ser sobrenatural -um espírito?, o demônio?- com quem diz ter se deparado numa das escarpas da ilha: “Eu olhei para os meus pés na ilha encantadora. Como ele poderia viver em um lugar tão bonito e ser tão cruel? Como sua alma era tão negra, com uma luz tão brilhante no céu e na terra? Que preço você me pede? /  A renúncia à ambição de dar um nome a si mesmo em sua profissão, o sacrifício de seu futuro / E o que eu serei?/  Um derrotado da vida/ Você tira de mim quanto vale a vida. / Você está errado: pelo contrário, eu te dou tudo que vale a pena viver./ Você quer pelo menos me dar misericórdia? Não posso viver sem piedade, se tiver que ser médico/ Sim, eu deixarei sua misericórdia, mas é melhor você ficar sem ela.”

A misericórdia, a compaixão pelo ser que sofre -pelos doentes, de todo tipo e em circunstancias variadíssimas- será a cruz de Munthe, mas também o aprendizado, a frágua na qual se fabrica um verdadeiro médico, que vai “de cama em cama para ler, capítulo por capítulo, o livro da dor humana, escrito com sangue e lágrimas (…)  É verdade que um médico, como qualquer outro ser humano, tem o direito de se distrair e até rir de seus colegas, se estiver disposto a correr esse risco; mas não para rir de seus pacientes. Chorar com eles é ainda pior; um médico que chora é um médico ruim”.

O contato com a morte, de quem chega a ser amigo íntimo, um colega, como descreve magistralmente: “No começo, quando a morte estava vitoriosa de um lado da cama e eu, indefeso, permanecia do outro, quase não me importava. Então a vida era tudo para mim, eu sabia que minha missão terminava quando a dela começava, e apenas desviei o olhar da minha colega sinistra, indignado com a minha derrota. Mas, à medida que se tornou mais familiar para mim, comecei a olhá-la com crescente atenção e, quanto mais a via, mais queria conhecê-la e compreendê-la. Comecei a entender que ela tinha sua parte do trabalho, assim como eu tinha o meu; sua missão a cumprir, como eu também; afinal, éramos colegas e, quando a vida terminava e ela saia vitoriosa, era preferível se olhar de frente,  sem medo e ser amigos”.

Ao longo das mais de 400 páginas, Munthe discorre sobre os médicos, confessa seus erros, e também a compaixão que seu coração absorve dos pacientes e que lhe molda como um verdadeiro profissional. “ Na época, eu ainda não sabia que as únicas pessoas de quem realmente gostava eram aquelas pelas quais sentia compaixão (…) A menos que seu coração esteja muito saudável, logo mostrará indubitáveis ​​sinais de um endurecimento precoce desse órgão e se tornará indiferente e insensível às doenças dos outros, como pessoas famintas de prazeres ao seu redor. Sem piedade, você não pode ser um bom médico”.

Os desvios da profissão, que ele observa nos outros e nele mesmo: “Se você encontrar um médico da moda, observe-o de perto, a uma distância segura, antes de confiar. Ele pode ser um bom médico, mas em muitos casos ele não o é. Primeiro, porque ele está invariavelmente ocupado demais para ouvir pacientemente sua longa história. Segundo, porque está inevitavelmente destinado a se tornar um esnobe, se ainda não o é (…) Acredita-se sempre que um novo médico seja um bom médico, até prova em contrário”.

A trajetória pessoal de Munthe aparece, repetidamente, ao longo das páginas do livro. “Trabalhei duro de manhã à noite com meus pacientes e, frequentemente, também com pacientes de alguns de meus colegas que, para minha grande surpresa, começaram a me ligar em consulta para dividir suas responsabilidades; pois mesmo assim eu não parecia temer responsabilidade. Mais tarde, descobri que esse tinha sido um dos segredos do meu sucesso (…) É muito provável que meus dois colegas conhecessem sua patologia muito melhor do que eu, mas eu sabia algo que eles indubitavelmente ignoraram: que nenhuma droga é tão poderosa quanto a esperança e que o menor traço de pessimismo no rosto ou no rosto. As palavras de um médico podem custar a vida de seu paciente (…)  Crianças com escarlatina não precisam de medicação; basta cuidar bem deles e ter um brinquedo para a longa convalescença. Há muito que eu aprendi a incluir bonecos de madeira e cavalos na minha farmacopeia”.

E não nega o medo que tomava conta dele quando enfrenta epidemias, como em Nápoles. “Muitas vezes eu estava com muito medo de ir para a cama, com muito medo de ficar sozinho. Corria de volta para a rua para passar o resto da noite em qualquer igreja. Santa Maria del Carmine era meu quartel noturno favorito. Em um banco na nave esquerda da igreja antiga, saboreei meu melhor sonho (…) Por que, quando estava sentado, meio adormecido, na nave lateral de Santa Maria del Carmine, não notei aquelas lindas moças com mantilhas negras, que estavam ao meu lado ajoelhadas na calçada de mármore e sorriam secretamente para mim entre suas orações e feitiços?”

Destaca-se também o carisma que o médico -envolvido em mistério- sempre imprime nos seus pacientes: “Você sempre tenta explicar aos seus pacientes o que não pode explicar para si mesmo. Você esquece que tudo é uma questão de fé, não sabedoria, como fé em Deus. A Igreja Católica nunca explica nada e continua sendo a força mais poderosa do mundo. A Igreja Protestante tenta explicar tudo e está desmoronando. Quanto menos seus pacientes souberem a verdade, melhor para eles. Nunca foi dito que o trabalho dos órgãos do nosso corpo deva ser vigiado pela mente; forçar seus pacientes a pensar em sua doença é se intrometer nas leis da natureza. Você deve pedir a eles que façam isso ou aquilo, que tomem esse ou aquele remédio para curar a si mesmos e, se eles não pretendem lhe obedecer, que procurem outro médico. Não os visite mais do que quando eles absolutamente precisam de você; para não falar muito com eles, se não, descobrem imediatamente o quão pouco sabemos. Médicos, como reis, devem ser separados o máximo possível, para que seu prestígio não seja sofrido. Ganhamos tudo ao nos mostrar sob uma luz um pouco velada. Veja o que acontece com a mesma família do médico, que sempre prefere consultar outro”.

Profissionalismo e charlatanice, temas curiosos que se entrelaçam como nesta discrição: “ Observei que não havia razão para que um charlatão não pudesse ser um bom médico; um título significava pouco para seus pacientes, se ele pudesse aliviá-los. Alguns meses depois, o mesmo comissário me contou o fim da história (daquele aparente charlatão de quem se suspeitava não ser médico). O médico apareceu no último minuto, solicitando uma entrevista particular. Ele mostrou o título de uma notável universidade alemã e implorou ao Comissário que o mantivesse em segredo, porque devia sua enorme clientela ao fato de ser considerado por todos um charlatão. Eu disse ao Comissário que o homem logo seria um milionário se soubesse de medicina metade do que sabia sobre psicologia”.

O tema dos honorários, sempre espinhoso, é também abordado em várias passagens. “Os médicos devem ser pagos pelo estado e bem pagos, como juízes na Inglaterra. Quem não aprovar esse sistema deve deixar a profissão e ir ao mercado de ações ou abrir um negócio. Os médicos devem proceder como os sábios, honrados e protegidos por todos os homens. Devem ser livres para aceitar o que querem dos ricos doentes para os pobres e para si mesmos, em vez de contar visitas e redigir contas. Qual é o valor em dinheiro da vida de um filho salvo? Quais são as taxas justas para remover o medo da morte de um par de olhos aterrorizados com uma única palavra de conforto ou com um simples toque da mão? Quanto deve ser pedido por cada segundo de luta mortal que nossa seringa de morfina retira do Executor?”

O próprio Munthe tem seu código de conduta neste tema: “Respondi que seria inútil tentar manter minhas contas e, quanto ao envio das faturas, eu nunca o fiz e não o faria. Nossa profissão não é uma profissão, mas uma arte; esse trânsito com sofrimento é uma humilhação para mim. Corei até as raízes do meu cabelo quando um homem doente deixou sua moeda de vinte francos em cima da mesa e, quando ele a colocou na minha mão, senti vontade de bater nele”. E, o jocoso se mistura com a ética, quando atinge o tema do embalsamento de um cadáver: “Nenhum embalsamamento de homem, mulher ou criança deveria ser feito por menos de cinco mil liras. Lamento muito ter que informar que ultimamente a Sociedade havia recebido algumas queixas contra minha grave negligência na cobrança de minhas taxas e até mesmo por não ter recebido nada. Ontem, sem ir mais longe,  o empresário Cornacchia confidenciou, quase com lágrimas nos olhos, que eu embalsamara o corpo da esposa do pastor sueco por cem liras: uma deplorável falta de lealdade a todos os meus colegas (…)  Eu estava disposto a argumentar para estabelecer uma taxa máxima, mas não mínima. E quanto às injeções de sublimação que chamavam de embalsamamento, seu custo não excedia cinquenta liras (…) A quantia solicitada por mim para o embalsamamento do cadáver da esposa do pastor foi justa. Eu queria viver com os vivos, não com os mortos. Eu era médico, não hiena”

O seu relacionamento com as freiras, a quem rende um tributo profissional impecável, quando são expulsas dos hospitais: “ Fora as freiras! Oh! Então eu vi todas elas partirem e foi uma pena. Talvez elas tenham suas falhas. Talvez tenham tratado melhor o rosário do que a escova das unhas; talvez estivessem mais acostumadas a mergulhar os dedos em água benta do que na solução de ácido fênico, na época a onipotente panaceia de nossas salas de operações, logo substituída por outra. Mas seus pensamentos eram tão sinceros, seus corações tão puros, sua vida tão completamente dedicada ao trabalho, não pedindo outra recompensa senão a permissão para orar pelos que lhes foram confiados! Até seus piores inimigos não ousavam menosprezar sua abnegação ou paciência infinita. As pessoas diziam que as freiras cumpriam sua missão com um rosto triste e sombrio, que seus pensamentos estavam mais preocupados com a salvação da alma do que com o corpo, que tinham mais palavras de resignação nos lábios do que de esperança. Na verdade, eles estavam estranhamente errados (…) Pelo contrário, essas irmãs, jovens e velhas, eram invariavelmente alegres e felizes, propensas a piadas e risadas infantis, e foi maravilhoso ver como elas sabiam comunicar sua felicidade a outras pessoas. Eram também  tolerantes. Crentes e descrentes era o mesmo para elas.  Quase pareciam mais ansiosas em ajudar os últimos, porque sentiam grande compaixão por eles já que não mostravam sinais de ressentimento por suas palavrões e maldições”.

Freiras, bom senso e humor, aparecem repetidamente  na prosa elegante e irônica de Munthe. “Como todas as freiras, elas eram muito alegres e aceitaram com satisfação a conversa quando a ocasião surgiu.  Eram jovens e bastante bonitas.  A Madre Superiora me confidenciou, há algum tempo, que as  freiras velhas e feias  não serviam para angariar dinheiro para obras de caridade. Em troca de sua confiança, eu disse a ela que meus pacientes eram muito mais propensos a obedecer a uma enfermeira jovem e atraente do que a uma feia e que uma enfermeira carrancuda não podia ser uma boa enfermeira. As freiras, que sabiam muito pouco sobre o mundo exterior, sabiam muito sobre a natureza humana”.

Ser protetor de animais, aspecto conhecido e explorado em Munthe, está também presente. “Admito que as opiniões sobre minha capacidade como médico de meus semelhantes foram muito variadas. Mas ouso dizer que minha reputação como um médico veterinário de confiança nunca foi discutida seriamente (…) Nenhum outro cachorro poderia substituí-lo, nenhum outro cachorro seria para você o que ele tinha sido. Você está errado. Não é aquele cachorro que você ama, mas o cachorro. Eles são todos, mais ou menos, iguais; todo mundo está pronto para amar e ser amado. Todos eles são representantes dos mais gentis e, em sentido moral, a criação mais perfeita de Deus. Se você realmente amou seu amigo morto, não pode ficar sem outro”.

Mas, para escândalo dos ambientalistas atuais, o médico sueco apoia o uso de animais para o progresso da ciência. “Quando perceberão os que se opõem à vivissecção que, quando solicitam a proibição total de experimentos com animais vivos, pedem o que é impossível conceder? A vacina contra a raiva de Pasteur minimizou a mortalidade por uma doença tão terrível, e o soro de difteria de Behring salva a vida de mais de cem mil crianças a cada ano. Não são esses dois fatos sozinhos o suficiente para fazer com que aqueles bem-intencionados amantes dos animais entendam que os descobridores de novos mundos como Pasteur, de novos remédios contra doenças anteriormente incuráveis ​​como Koch, Ehrlinch e Behring, devem ter liberdade para continuar suas pesquisas , sem restrições irritantes e sem serem impedidos pela intervenção dos profanos?”. Um bom senso esmagador, que deve gerar anticorpos nos dias de hoje.

Figuras e personagens variados desfilam ao longo das páginas destas apetitosas memórias. Uma velha ama de chaves sueca: “Se Mamsell Ágata tivesse nascido quatrocentos anos antes, hoje não haveria vestígios de arte medieval. Fazia muito tempo que eu adquirira o hábito de mentir para Mamsell Ágata, em legítima  defesa”. Médicos que lhe inspiraram: “O  velho Dr. Erhardt era um dos melhores médicos e um dos melhores homens que eu já conheci. Sobrevivente da Roma desaparecida de Pio IX, sua reputação resistiu a mais de quarenta anos de exercício na cidade eterna. Embora estivesse na casa dos setenta, ele possuía totalmente seu vigor físico e mental. Foi de um lugar para outro,  dia e noite, sempre pronto para ajudar; ricos e pobres eram iguais para ele. Era o tipo clássico de médico de família dos tempos passados, hoje quase extinto, com sérios danos ao sofrimento da humanidade. Impossível não querer, não confiar nele. Certa vez implorei ao velho Erhardt que voltasse para casa por algumas horas; ele respondeu que o caso era muito interessante para se sentir cansado”.

E os paciente dos sanatórios portadores de curiosas doenças: “Logo percebi que a maioria dos pacientes no sanatório eram, mais ou menos, os mesmos casos; todos submetidos ao mesmo regime severo, mas sem nenhum outro dano além do de uma vida ociosa, muito dinheiro e a mania de estar doente e querer ser visitado por um médico”. Sua atuação como psiquiatra que discorda com os mestres franceses também se faz notar: “Isso foi considerado um milagre, quando na verdade era um caso muito simples e fácil, uma vez que o paciente tinha confiança e o médico paciência”.

E anotações onde se misturam pacientes e as próprias limitações, a insônia que cercou Munthe durante muito tempo: “A insônia não mata um homem, se ele não se matar – a insônia é a causa mais comum de suicídio; mas mata sua alegria de viver, tira sua força, suga o sangue do cérebro e do coração como um vampiro; o faz lembrar durante a noite o que ele gostaria de esquecer com um sonho beatífico; faz você esquecer durante o dia o que você gostaria de lembrar. A memória é a primeira a desaparecer. Muito em breve amizade, amor, sentimento de dever e até pena seguem o mesmo caminho, um após o outro. Somente o desânimo permanece a bordo do navio condenado, para direcioná-lo contra as rochas para a destruição total. Voltaire estava certo em colocar o sono no mesmo nível de esperança”.

Impossível resumir nestas linhas a enorme riqueza das memórias de Munthe. E também dos seus sonhos que, como já dito, se entrelaçam com a realidade. Um amigo lhe disse, certa vez, que na cabeça dele “havia dois cérebros que funcionavam alternadamente: um bem desenvolvido, de um cretino; e o outro, pouco desenvolvido, de uma espécie de gênio”. E nos sonhos continuam seus diálogos com personagens fictícias, abertura da alma do médico sueco:  “Ele se tornou meu amigo, sendo a honra para mim, porque ele era muito melhor que eu. Embora pertencesse a um mundo diferente do meu, um mundo quase desconhecido para mim, nós nos entendíamos perfeitamente. Durante os longos dias e noites em que estávamos juntos sozinhos no mar, ele me ensinou muitas coisas que eu não havia lido em livros ou ouvido de outros homens. Ele era taciturno; o mar há muito lhe ensinara seu silêncio”. Munthe pergunta ao seu interlocutor: “Mas diga-me, Arcangelo Fusco, ninguém se lembra de sua vida aqui na Terra? – Dizem que não, que apenas aqueles que vão para o inferno se lembram, e é por isso que se chama inferno.”

Reflexões vitais perpassadas de bom humor, outro conselho tão necessário para os médicos; os daquela época e os de hoje. “Mais estranho ainda é que, quanto mais chegamos ao túmulo, mais a morte se afasta de nossos pensamentos. Realmente, foi preciso um Deus para realizar tal milagre. Nem mesmo o próprio diabo pode fazer algo contra um homem que sabe rir”. Enfim, uma leitura vital que despertará o gosto pela cultura, e calibrará o perfil de quem exerce esta profissão repleta de surpresas, de dor, de alegrias.

Comments 3

  1. Li desde calouro até há seis meses, várias vezes este belíssimo livro!!
    Que ser humano é médico mais raro de se ver.
    Fui três vezes a Anacapri, ao seu museu, e umas trinta à Pizza D’spagna, onde ele viveu seus dias de glória. , onde também morou Keats!

    Um excelente resumo, de um livro que deveria ser obrigatório nas Faculdades de Medicina.

    Obrigado, Pablo, por compartilhar tamanha riqueza!
    Abraço

  2. O Livro de San Michele, remete minhas lembranças eternas de Pedro Nava. Também médico por profissão, em BELO HORIZONTE, onde formou-se na primeira ou segunda turma da Faculdade de Medicina. Após andanças pelo solo paulista, década de 30. Foi um dos pioneiros em cidades como São Jose do Rio Preto, Monte Aprazível, com suas intermináveis estradas, intermináveis plantação de café. Tinha consultório e ajudava na Santa Casa. As histórias são quase as mesmas vividas e descritas por Axel Munthe … Noites de insônia, de aflições, de árduos trabalho para para salvar vidas humanas …. Ou , ao menos tentar …. Depois de tantos anos passados, em 37 ou 38, retorna ao RIO DE JANEIRO, cidade de sua infância, (onde, seu PAI, José Pedro da Silva Nava, também médico, clinicou e veio a falecer tão jovem), onde havia feito seus estudos no INTERNATO PEDRO II, no Largo de São Cristovão. Esse mineiro de JUIZ DE FORA, foi um dos mais emblemáticos e com toda certeza, nosso maior MEMORIALISTA. Estão aí para provar, os impactantes seis volumes de suas memórias, fora o que também legou na área da Medicina. Desculpa-me se alonguei-me em demasia. Entretanto, não poderia deixar de passar em branco os comentários do PABLO GONZÁLEZ BLASCO. *** Pedro Nava também visitou a casa/museu de Axel Munthe, em Anacapri.

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