Uma Profissão Séria: os professores que se cuidam e aprendem entre eles
Un métier sérieux. Diretor: Thomas Lilti. François Cluzet, Adèle Exarchopoulos, Vincent Lacoste, William Lebghil, Bouli Lanners, Louise Bourgoin, Lucie Zhang, Léo Chalié, Mustapha Abourachid. França, 2023. 101 min.

Ser professor, ensinar, não é para qualquer um. Lembro de ter feito este comentário há algum tempo, a propósito de outro filme de professores. E não é para qualquer um, porque ensinar não é despejar conhecimentos, cumprir tabela, cingir-se ao conteúdo programático, e sair porta afora, para voltar e aplicar a avaliação aos alunos. Nos tempos de hoje, qualquer robô turbinado com IA faz isso muito melhor do que um simples ser humano. Ser professor é fazer da vida uma missão que implica cuidado -próprio e dos pares- criatividade, dar apoio e sentir-se também ajudado. É, de fato, uma profissão séria, o título que nos chega da França. Mais um bom filme sobre a vocação de ser professor. Ajuda mútua, equipe verdadeira, nos desafios da vida.
Mas não é um filme simples, doce, de argumento linear e final previsível. É uma produção árdua, com lombadas, porque fala da vida como ela é. Da vida dos professores de um Instituto público na periferia de Paris, e dos equilíbrios que têm de fazer com os alunos, com a direção da escola, e… com a própria vida.
Não é um filme focado no aluno problema, um desafio evidente que todo docente enfrenta. Mas sim um ensaio sobre os bastidores, sobre o cuidado necessário que é preciso ter com os próprios colegas. Enquanto escrevo estas linhas vem à memória dois exemplos que utilizei diversas vezes para tornar claro este cuidado.
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