Natalia Ginzburg: Todos os nossos ontens.
Natalia Ginzburg: Todos os nossos ontens. Companhia das Letras . São Paulo. 2020. 328 págs.
Já conhecia Natalia Ginzburg de leituras anteriores, do Léxico Familiar, onde os detalhes -aparentemente corriqueiros e sem importância compõem uma bela sinfonia, delicada, atenta, repleta de carinho. Todos os Nossos Ontens são uma variedade sobre o mesmo tema. Em palavras de Ítalo Calvino, “seria como a versão romanceada do Léxico Familiar, já que o prazer da Natália é contar histórias de família que são, ou poderiam ser, nossas”
No prologo da edição espanhola -que era a que tinha mais à mão para ler- encontro estas palavras que não resisto a copiar: “Imagino Natalia Ginzburg imaginando a atmosfera de Todos os nossos ontens. Como uma casa de bonecas – aquela pequena construção, dividida em duas, que imita a vida real em pequena escala. Como é simples a prosa de Natalia Ginzburg, como se com nossas palavras – as da conversa, as do segredo – ela entrelaçara as suas histórias. Quão complexo, ao mesmo tempo, é quando se trata de entrelaçar vários romances diferentes – o emocional, o social – no mesmo romance. O importante acontece neste romance do mesmo modo que a vida: de repente. Nenhum alarme soa e avisa o leitor quando uma morte quebra ou destrói sua vida”.
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