Interlúdio Poético. Katia Gomes: Avesso

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93 págs. Nova Literarte. São Paulo. 2022

Não sou especialmente aficionado a poesia. Gosto sim, quando o verso me golpeia e me faz pensar. Talvez por isso, guardo no meu acervo -e no meu coração- poemas de alguns poetas, que também utilizo nas minhas aulas quando desenvolvo a educação humanista. São como uma de pista de decolagem para voos de altura. Mas nunca me aventurei neste espaço a fazer comentários -menos ainda tecer críticas- de obras poéticas. Porém, o autógrafo da autora quando me entregou o livro, é provocador: que a poesia sempre traga boas reflexões. Não tive como evitar, pois, este interlúdio poético.

Li o livro, folheando com calma, voltei, li de novo. Porque a poesia é assim: provocadora. Deparei-me com poemas curtos, afiados, como quadros de uma exposição. Andas com vagar, olhas, reparas neste, naquele; um te seduz, olhas demoradamente. Se te permitem até tiras uma fotografia, sem saber exatamente por quê. Fisgou-te; sentes que precisas olhar de novo, depois, com calma.

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Elena Ferrante:  A amiga genial

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Biblioteca Azul. Ed. Globo, São Paulo. 2015. 336 págs.

Enfrento o primeiro livro da série Napolitana de Elena Ferrante, com aquela aura que cerca a personalidade da escritora, de quem nada sabemos. Nem vou assemelhá-la a J.D. Salinger, que aparece, impacta com sua obra marco, some, pipoca com Franny & Zooey, e desaparece no silêncio. No caso de Ferrante, que não desaparece mas publica, o mistério é saber quem é ela. Se é que é mulher, porque até disso há dúvidas. Enfim, coisas de artistas e suas excentricidades, embora há quem diga que camuflada desse modo, escreve o que quer, sem ter que prestar contas.

Seja com for, e deixando claro que não me agrada desconhecer com quem estou falando, abro o livro que tínhamos escalado há tempo para a Tertúlia Literária, não sem antes pesquisar sobre a Tetralogia Napolitana de Ferrante. Encontro os seguintes comentários: “A Série Napolitana, formada por quatro romances, conta a história de duas amigas ao longo de suas vidas. O primeiro, A amiga genial , é narrado por Elena Greco e cobre da infância aos 16 anos. As meninas se conhecem em uma vizinhança pobre de Nápoles, na década de 1950. Elena, a menina mais inteligente da turma, tem sua vida transformada quando a família do sapateiro Cerullo chega ao bairro e Raffaella, uma criança magra, mal comportada e selvagem, se torna o centro das atenções. Essa menina, tão diferente de Elena, exerce uma atração irresistível sobre ela. As duas se unem, competem, brigam, fazem planos. Em um bairro marcado pela violência, pelos gritos e agressões dos adultos e pelo medo constante, as meninas sonham com um futuro melhor. Ir embora, conhecer o mundo, escrever livros. Os estudos parecem a melhor opção para que as duas não terminem como suas mães entristecidas pela pobreza, cansadas, cheias de filhos. No entanto, quando as duas terminam a quinta série, a família Greco decide apoiar os estudos de Elena, enquanto os Cerullo não investem na educação de Raffaella. As duas seguem caminhos diferentes”.

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Cabrini: Santidade na Trincheira

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Diretor: Alejandro Monteverde. Cristiana Dell’Anna,, David MorseJohn LithgowGiancarlo GianniniJeremy Bobb,  Federico Castelluccio,  Katherine BoecherPatch DarraghRolando VillazónVirginia Bocelli. USA. 125 min.

Forçoso é reconhecer que não sou muito chegado em filmes de Santos. Respeito e admiro o exemplo, desses homens e mulheres que tiveram uma vida que, de algum modo, foi transformando o mundo, e que todos os que queremos sair da mediocridade, nos esforçamos em imitar, cada um dentro das suas possibilidades. Nada, pois, contra os Santos. A pedra no meu sapato são os filmes, as tentativas de projetar esses exemplos de modo nem sempre feliz. Explico.

Um santo contemporâneo – S. Josemaria Escrivá, o Santo do ordinário em palavras de João Paulo II, outro santo de hoje- dizia que temos de andar com os pés na terra, e com a cabeça no Céu. Os filmes de santos, a maioria, situam eles sim com a cabeça no Céu, mas pouco mostram dos pés na terra. Uma terra que é com frequência lama, barro, e -como diz nosso Guimarães Rosa por boca do jagunço- um pais de pessoas, de carne e sangue e mil e tantas misérias. Quer dizer, falta nesses filmes uma conexão com a realidade que os simples mortais -mesmo os que aspiram à santidade- têm de enfrentar diariamente.

Obviamente há exceções, como a vida de Thomas More -um advogado e político- em filme inesquecível que arrebatou o Oscar de 1967. E a história de Giuseppe Moscati, um médico napolitano, numa longa e magnífica produção  da RAI. Note-se que ambos são cidadãos comuns -quer dizer, não são frades, nem monges, nem religiosos, ou mesmo sacerdotes. Visualizamos os pés na terra que pisam, e intuímos que tem a cabeça no Céu, para cumprir suas obrigações. Digo intuímos, porque não se lhes mostra rezando a toda hora. Quando o santo tem um hábito religioso, o desafio de mostrar os pés na terra é muito maior. E aqui uma exceção notável -onde o habito é obvio, pois trata-se da reformadora do Carmelo- é a série produzia há 40 anos por TV Espanhola, sobre Teresa de Ávila. Uma mulher que sendo freira de clausura, poderia dar cursos aos CEOs em escolas de negócios! Um furação, onde o hábito de carmelita é um detalhe.

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Devagar: Como um movimento mundial está desafiando o culto à velocidade

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Carl Honoré, Record. 2019. 280 págs

Carl Honoré: “Elogio de la lentitud”. RBA Bolsillo. Barcelona. 2004.

Lembro de ter lido este livro há quase 20 anos, pouco tempo depois de ser publicada a versão espanhola. Vejo agora que foi publicado em Português, acessível aos leitores que gostam de comprar por internet. Uma lentidão… de acesso rápido.

Na época em que li, tomei algumas notas, mas deixei-as repousando nos meus arquivos, não me ocorreu escrever sobre o livro. Recentemente, por conta de umas aulas de pós graduação que tive de preparar, tropecei com alguns slides antigos, onde citava o pensamento do jornalista canadense. Recuperei as notas, e decidi costurar estas linhas. Se há 20 anos isto era importante, hoje, saturados de informação -de inquietudes e nervosismos informáticos- parece-me muito mais relevante.

Entre as anotações que fiz na época, lembro de ter destacado que era um livro que promovia a filosofia Slow, sem grandes profundidades antropológicas. No fundo, um elogio global à lentidão e parcimônia, como um oásis para se refugiar da velocidade tóxica. Mais do que um tratado, é uma largada para que cada um pense, e tire as consequências de que for capaz para a sua vida do dia a dia. E o melhor capítulo é o primeiro, a introdução, de onde tirei todas as ideias que recolhi, e agora costuro aqui.

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Philip Kerr: Violetas de Março

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Ed. Record. São Paulo. 1999. 288 págs

Por conta de alguma das críticas literárias que chegam até nós, tínhamos escalado esta obra para a Tertúlia Literária, quando ainda estava ativa. Os encontros mensais foram por ora suspensos, mas não o ritmo da leitura, de modo que nos aventuramos com a novela do escocês Phillip Kerr.

Um autor que, sendo britânico, parece conhecer à perfeição o mundo germânico da ascensão do nacional socialismo, que precede à segunda grande guerra. A crítica o qualifica como inventor da séria  Berlim Noir, um conjunto de romances policiais situados em Berlim na década de 1930, tendo como protagonista um investigador de nome Bernhard (Bernie) Gunther.

A leitura é fácil e dinâmica, não assim os nomes e os locais -uma verdadeira topografia de Berlim, impossível de acompanhar para quem não está familiarizado com a cidade. As personagens entram e saem dos muitos recantos berlinenses, de modo que seguir a trama requer esforço. O que por outra parte, também não é necessário, porque Bernie tem tudo na cabeça, pensa em voz alta, e vai nos apresentando os resultados.

Confesso que, em mais de uma ocasião durante a leitura do livro, pensei que melhor serviria como roteiro de um filme, onde tudo ficaria muito mais claro e accessível. E isso, inevitavelmente, levou-me até as saudades de Humphrey Bogart, interpretando Sam Spade em O Falcão Maltes de Dashiell Hammett, ou Philip Marlowe em A Beira do Abismo, de Raymond Chandler. Fui checar no IMDB e nada encontrei sobre este possível filme. Teria ajudado, sem dúvida.

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Radical: A educação como tábua de salvação

Pablo González Blasco Filmes 1 Comments

Diretor: Christopher ZallaEugenio DerbezDaniel HaddadJennifer TrejoMía Fernanda SolísDanilo GuardiolaVíctor Estrada, 125 min. México, 2023

Assisti ao filme, gostei muito, o recomendei para alguns amigos que estão envolvidos na educação infantil, também com crianças de recursos limitados, de classes modestas. Mas, por algum motivo, não pensei em escrever.

Talvez porque o acento mexicano -forte, peculiar, me fez lembrar de amigos queridos no México, também educadores- me distraiu. Pensei: tenho que falar com eles, avisá-los para que vejam este filme que é um tributo ao esforço educacional de um professor herói que trabalha em condições precárias. E como quando me comunico com eles o faço em espanhol, não percebi de cara que,  mesmo sendo uma história real acontecida no México no século XXI, o exemplo é universal. Depois, até pensei escrever em espanhol, mas desisti: por que restringir esta lição magnífica apenas ao público hispano falante, quando a maioria dos que se aventuram a ler o que escrevo, falam português?

O diretor, de origem queniano residente em USA, estampa na tela uma história real. A cidade é Matamoros (Estado de Tamaulipas), na fronteira do México com os Estados Unidos. A fronteira é caldo de cultura para o crime e o tráfico de drogas. É a imagem especular de Tijuana, mas do outro lado, no nordeste mexicano. Na cidade, uma escola pública, José Urbina López, onde alunos de baixa condição social fazem de conta que estudam, e os professores fazem de conta que ensinam.  Todos estão envolvidos em outras preocupações: a pobreza, as drogas, a necessidade de ajudar em casas miseráveis; e o professorado, de olho nos índices dos exames para tentar não perder o emprego. O governo não liga o mais mínimo, e as subvenções que a escola deveria receber para melhorar os recursos, são desviadas para os bolsos dos que comandam. Corrupção instalada, horizontes fechados.

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Sigrid Undset: Catarina de Siena

Pablo González Blasco Livros 1 Comments

Ecclesiae. 2021. 316 págs

Tinha este livro na minha estante, uma versão em espanhol (vejo que foi publicado em português), e por uma série de motivos decidi tirá-lo da prateleira. Sabia que era uma biografia da santa de Siena, que teve um papel decisivo na volta do Papa de Avignon para Roma no final do século XIV, o que trouxe também consequências sérias, como o cisma de Ocidente. Mas o que não sabia era o perfil da escritora, que me surpreendeu.

Assim se descreve na introdução do livro: “Escritora norueguesa (1882- 1949) distinguida com o Prémio Nobel da Literatura em 1928. A sua vida é decisiva para a compreensão da sua obra. A morte do pai, arqueólogo, quando ela era criança, deixou a família em situação precária, por isso, assim que atingiu a idade exigida, estudou história e arte medievais e começou a trabalhar num escritório para sustentar a mãe e  irmã, enquanto à noite ela ficava sentado na cozinha escrevendo. Casou-se, teve cinco filhos, o marido acabou abandonando-a, e ela  conciliou o cuidado da família com a escritura. Vítima do eterno dilema feminino – dedicar-se ao trabalho ou à vida familiar – optou por uma solução de compromisso: cuidar dos filhos durante o dia e reservar os domingos e as noites para a sua obra literária. Isto a tornou consciente de qual era realmente a situação da mulher “moderna”, por isso decidiu participar ativamente nos movimentos de debate político e social a favor das mulheres. Pertence por direito àquela primeira geração de mulheres emancipadas que recebiam um salário pelo seu trabalho”.

A minha surpresa -que aumentou a expectativa da leitura do livro- era ver o que uma mulher com esses predicados, uma feminista no sentido positivo da palavra, que chegou a ser prêmio Nobel, poderia escrever sobre uma outra mulher santa e mística. Confesso que superou minhas expectativas pois a biografia da santa toscana, está costurada não só com fatos, mas com o pensamento, as cartas, os escritos, e o profundo sentimento religioso de Catarina.

É justamente com esta perspectiva sobre o papel da mulher, que Sigrid inicia a biografia: “O simples fato de a Igreja ter defendido o direito das mulheres de disporem da sua pessoa, pouco a pouco mudou o ponto de vista sobre a posição das mulheres na sociedade humana, embora poucas jovens tivessem coragem suficiente para fazer valer este direito contra a autoridade do família. As mulheres das classes populares, esposas trabalhadoras de homens dedicados a trabalhos rudes, as mulheres burguesas ativas, as damas da corte ociosas, as princesas e rainhas que se dedicaram ativamente a intrigas políticas ou a governar os seus reinos, maiores ou menores, muitas vezes. com sabedoria e espírito elevado, com cuidado amoroso pelo bem-estar de seu povo.  Todos receberam a nova luz que via em cada ser humano uma alma que poderia ser salva ou condenada”

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Svetlana Aleksiévitch: O fim do homem soviético

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Companhia das Letras. São Paulo. 2016. 600 págs

Após alguns anos de pausa, volto sobre os escritos da prêmio Nobel bielorrussa, sabendo o que vou encontrar: narrativas jornalísticas que chegam na intimidade, conversas na cozinha. Assim foi com aquele magnífico livro, onde tomei contato com a sua prosa surpreendente, A Guerra não tem rosto de Mulher. E também em Vozes de Tchernobil,  história oral, no melhor estilo.

Agora, chega o momento de se debruçar sobre o fim do homem soviético. Alguns amigos já tinham lido, elogiado, e por conta das recomendações acabamos escalando para a nossa tertúlia literária mensal. E vale advertir que se os livros de Svetlana são uma colcha de retalhos, qualquer tentativa de resumo está destinada ao fracasso. Melhor encarar como pinceladas avulsas de um quadro impressionista, manchas que na distância ajudam a entrever figuras e paisagem, sem atentar ao detalhe.

Logo no início, Svetlana adverte que o que lá vai contar são “observações de uma cúmplice”. Assim introduz o assunto -na verdade, as conversas que tecem a modo de mosaico- um tema que é complexo, e nada uniforme. “Eu escrevo, procuro nos grãozinhos e nas migalhas a história do socialismo “doméstico”… do socialismo “interior”. De como ele vivia na alma humana. Sempre sinto atração por esse pequeno espaço: o ser humano… um ser humano. Na verdade, é lá que tudo acontece (…) Não canso de me surpreender com o quão interessante é a vida humana comum. A infinita quantidade de verdades humanas… A história se interessa apenas pelos fatos, mas as emoções ficam à margem. Não é costume admiti-las na história. Eu, porém, olho para o mundo com os olhos de uma pessoa de humanas, não de historiadora. E me surpreendo com o ser humano”.

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Winston S. Churchill. História dos Povos de Língua Inglesa. Vol. 1 e Vol. 2

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IBRASA. Instituição Brasileira de Difusão Cultural Ltda. São Paulo – SP. 2005 . 518 págs. (Vol. 1)– 2006 . 417 págs. (Vol. 2).

Foi a recomendação de um grande amigo leitor -feita há anos- junto com a expectativa de uma viagem acadêmica  ao Reino Unido, o que me fez tirar da prateleira esta obra magna de W. Churchill. Na verdade, os dois primeiros volumes (que cobrem quase 2 mil anos de história, em mais de mil páginas), deixando os dois segundos para outra oportunidade. Obviamente não me atrevo -nem pretendo- ensaiar um resumo deste ensaio histórico profundo, denso, extenso, e…..absolutamente britânico! Apenas juntar algumas anotações que foi fazendo ao longo da leitura, e que destaquei no seu momento.

Inicia-se com o primeiro capítulo, A Raça da Ilha, e o título não é de se desprezar. A Ilha, que teve invasões continuas, consegue fazer dos invasores -de todos eles- gente própria, o povo inglês. Começam os Romanos, embora “daquela época dificilmente restou um vestígio. Estaríamos, porém, enganados se supuséssemos por isso que a ocupação romana pode ser deixada de lado com um incidente sem consequências. Ela deu tempo à fé cristã para que se instalasse. Bem longe no Oeste, embora separado do mundo pela larga inundação do batismo, lá ficou, cruelmente sitiado, mas defendido por suas montanhas, um minúsculo reino cristão. O Cristianismo britânico converteu a Irlanda. Da Irlanda, a fé cruzou de novo o mar até a Escócia. Assim, os recém-chegados foram envolvidos pela velha civilização; enquanto em Roma homens se lembravam de que a Grã-Bretanha fora cristã em certa época e poderia voltar a ser cristã”

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A.E.W. Mason: As quatro penas brancas.

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A.E.W. Mason: As quatro penas brancas. Ed Lacerda. 2000. 352 págs.

Quero lembrar que a recomendação desta leitura partiu de algum dos boletins literários que recebo habitualmente. E algo se falava lá de aventuras, de um clássico da época vitoriana, de lealdade, traição, honra e culpa. Também soube -e comprovei depois- que tinha sido adaptada ao cinema algumas vezes. Com esses predicados, escalamos o romance para a tertúlia literária mensal.

A trama gira em volta das quatro penas brancas que Harry Feversham recebe -como símbolo de cobardia- quando já noivo de Ethne, se recusa a partir com o seu batalhão para combater na África pelo império britânico. Na verdade, são três as penas que recebe -uma de cada um dos seus colegas oficiais-, mas a quarta é acrescentada pela própria noiva, ao saber da decisão de Harry. A tentativa de livrar-se dessas penas que apontam culpa e infâmia, é o motor de todo o romance.

A conduta aparentemente reprovável de Harry, requer uma explicação que o autor coloca no início do romance. Não tinha vocação militar, apenas seguia os sonhos do pai, um general reformado. “Os longos anos de infância, adolescência e juventude vividos na presença de um pai antipático e dos implacáveis ​​mortos que o olhavam dos retratos da galeria (familiares militares), causaram seus danos. O rapaz não tinha ninguém por perto em quem pudesse confiar. O medo da covardia minou incessantemente seu coração, passava o dia com ele e o levava para a cama.  Tinha havia povoado seus sonhos e sido seu companheiro perpétuo e ameaçador. O medo o impediu de se aproximar dos amigos, por receio de que uma palavra impulsiva o denunciasse”.

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