ADORÁVEL PROFESSOR
(Mr. Holland’s Opus) Diretor: Stephen Herek. Richard Dreyfuss, Clenne Headly, Jay Thomas, Olimpia Dukakis, W.H.Macy. USA 1995. 140 min
Glenn Holland é um amante da música. E como todo amante é criativo, original, apaixonado, não mede esforços para conseguir o seu objetivo. A composição de uma sinfonia será o fruto maduro do seu amor pela música; mas esse fruto parece que não chega nunca. Os apertos econômicos, a família, o filho problemático, os alunos difíceis vão sangrando, dia após dia, o pouco tempo disponível -o tempo destinado a namorar a música, à gestação da sinfonia- para gastá-lo na resolução de problemas corriqueiros. As jornadas de Mr. Holland consomem-se nas aulas do colégio onde leciona música: um ambiente que não valoriza o seu trabalho, alunos pouco dotados para a sensibilidade musical, diretoria indócil a qualquer projeto de reforma.
“A vida é o que nos acontece enquanto fazemos outros planos”. Neste pensamento vem condensada a maior sabedoria de um filme excepcional, repleto de valores. Ensinamento que é consolador para todo aquele que possuiu um mínimo de realismo. Afinal, planos todos fazem, e tem de ser feitos. Quem não faz planos é já um aposentado no espírito; não vive, apenas vegeta. Mas é preciso ter sensatez para saber que nem tudo o que se planeja, acaba por conseguir-se. Os planos estão lá, como marca passo vital, como a cenoura na frente do burro que o faz andar, sair da inércia comodista. E enquanto isso, a vida acontece, nos envolve com seus imprevistos… E o arquiteto dos planos tem de encostar os seus projetos, fantasiar-se de bombeiro e apagar os incêndios para sobreviver. Tropeços? Contrariedades? Sem dúvida; mas são, todos eles, o incentivo que nos faz crescer, como os degraus que se interpõem no caminho, perante os quais se pode cair ou, com presença de espírito, subir em cima deles para enxergar mais alto.
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