A FRATERNIDADE É VERMELHA
A FRATERNIDADE É VERMELHA. (Rouge) Diretor: Krzystof Kieslowski. Irene Jacob, Jean-Louis Trintiognant, Jean Pierre Lorit. Fran/Pol/Suíça 1994. 99 min
Este é um dos filmes da trilogia que Kieslowski dedica à bandeira tricolor francesa em sugestiva associação com a máxima da revolução. Em opinião da crítica, supera os outros dois -”a liberdade é azul”, “a igualdade é branca”- embora estas comparações são sempre delicadas, mais ainda tratando-se de um cinema de autor, muito pessoal.
O cinema europeu é, por vezes, uma realidade difícil de assimilar para a nossa sensibilidade latina, tão feita à sintonia hollywoodiana. Falar de filmes europeus suscita no público certo receio de cinema hermético, histórias contadas pela metade, filmes que não acabam… e por aí afora. Na verdade, o assunto seria mais simples se a nossa postura fosse outra: não se trata tanto de compreender o filme como de vê-lo, observando-o, sentindo-o. Querer espremer todo o significado, perder-se em interpretações -gosto mórbido dos críticos e do público com esnobismos intelectuais- é transformar o filme em problema, em vez de desfrutar sem compromisso daquilo que é: uma manifestação artística. Afinal um filme não é uma equação matemática com soluções múltiplas. As coisas se simplificam quando vemos o filme, gostamos -ou não gostamos- permanecemos no plano intuitivo, sem nos preocupar com justificativas ou explicações.
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