SERENATA PRATEADA
Penny Serenade. Diretor: George Stevens. Cary Grant. Irene Dunne. USA, l94l. l25 min.
Quando um filme toca o coração remexendo com os sentimentos, o espectador -atingido na sua emoção- olha discretamente à sua volta para certificar-se que ninguém notou esta fraqueza. A crítica superficial qualifica o filme de lacrimogêneo. Cataloga-se e inclui-se a fita no rol “água com açúcar”. É destinado à sessão da tarde, e recomenda-se “aos amantes do gênero” para, naturalmente, assistirem com um lenço na mão. São os tempos que vivemos, onde as pessoas se envergonham de ter sentimentos. Nada mas ilógico, sendo o sentimento algo profundamente humano, a cuja volta circulam valores densos, genuinamente humanos também. Certamente os animais não se emocionam, mesmo que, paradoxalmente, os que se envergonham dos próprios sentimentos, procuram afoitos sentimentos nos irracionais.
De um filme dos anos 40, com Irene Dunne no elenco podemos esperar, como realmente acontece, enxurrada de emoções. “Serenata Prateada” é narrado em “flash-back” sucessivos, com mergulhos no passado, guiados por discos e temas musicais, como se de as páginas de um livro se tratasse. A ideia é original, embora se torne repetitiva. Mas o filme tem no seu conjunto, momentos memoráveis.
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