Guimarães Rosa: “A hora e a vez de Augusto Matraga”
Guimarães Rosa: “A hora e a vez de Augusto Matraga” (Sagarana). Liv. Jose Olympio. Rio de Janeiro, 1958
Dando sequência aos livros “sob encomenda”, esta vez toca glosar à conhecida obra de Guimarães Rosa. O cenário foi um clube de leitura incluído num projeto de longevidade liderado por um hospital de São Paulo onde trabalhamos. Promovem-se atividades físicas e intelectuais -e naturalmente prevenção em saúde- para pessoas da terceira idade. Qualificação esta –a de terceira idade, se entende- que me desgosta, não apenas porque devo estar próximo a ser incluído nela, mas porque não quer dizer absolutamente nada. Afinal, o que conta é a vontade de viver e a sabedoria com que se gasta a vida, a idade é apenas um detalhe. Ai está o nosso Augusto Matraga que é um bom exemplo de que a sabedoria –encontrar a hora e a vez de cada um- não tem idade.
Tinha lido o livro anos atrás. Mais de uma vez. O resumo que minha mente arquivava era algo assim como “uma apologia da mansidão” unida à aquela frase inesquecível: “P’ra o céu eu vou, nem que seja a porrete!” Esquecera os detalhes –que agora pude saborear novamente- mas no meu íntimo, a historia do jagunço estava atrelada à passagem bíblica que louva o homem paciente “que por dominar o seu ânimo vale mais do que o conquistador de cidades”. O homem paciente; mas decidido e focado: “Eu vou p’ra o céu, e vou mesmo, por bem ou por mal. …..E a minha vez há de chegar….”Leia mais