O bom, o mau e o feio – ética e estética
Este artigo foi publicado no Estadão em 03 de outubro de 2012, e é reproduzido aqui com a devida autorização do autor.
Nicolau da Rocha Cavalcanti
Quando Abraham Lincoln era presidente dos Estados Unidos, apresentaram-lhe um possível nome para compor o seu Gabinete. Recusou a proposta dizendo: “Eu não gosto da cara dele”.
“Mas, sr. presidente, qual é a culpa do coitado por ter aquela cara?”
“Todo homem acima dos 40 anos é responsável pela cara que tem.”
As propagandas eleitorais gratuitas sempre me fazem recordar esse episódio, que, se não é real, é bene trovato. É possível ver a ética pela estética? Não me refiro à estética da proporcionalidade do rosto, do bronzeado, do implante de cabelo, do silicone, da taxa de gordura; numa palavra, à estética da forma física. A questão é outra: as escolhas feitas ao longo da vida, as nossas decisões, transparecem no nosso rosto? Será que a história do Pinóquio tem um fundo de verdade? As minhas mentiras deixam marcas na minha cara?
Leia mais