Colleen Carroll Campbell: “Minhas irmãs, as santas”.
Colleen Carroll Campbell: “Minhas irmãs, as santas”. Memórias Espirituais. Quadrante, 2017. 285 págs.
Quando me recomendaram o livro, pensei que se tratava da história de uma conversão. Em certo modo, é assim. Mas não é uma conversão de quem transita em outra esfera de crenças -ou de agnosticismo- , ou com desvios morais notáveis. Quer dizer, não é uma conversão espetacular, mas apenas uma toma de consciência de quem já vinha cumprindo a tabela, se comparava com os outros, via-se muito melhor do que a média, e possuía conhecimentos e vivencias de uma fé que estava acomodada. Talvez essas são as conversões mais difíceis -que não fazem barulho- porque, afinal, o avião está taxiando na pista, correndo até, mas não acaba de puxar o mancho para decolar.
O catalisador para esta conversão, sair do acomodamento, são as figuras de algumas santas da Igreja Católica que, de algum modo, estabelecem um diálogo com a autora e a questionam . Anota Colleen: “Por mais de três anos, eu vinha dando a Deus as sobras do meu tempo e atenção, e o havia colocado em último lugar na minha lista e fontes de respostas e realização. E agora, depois de fazer todas as minhas vontades e de colocar tudo à frente de Deus, era nisso que minha vida espiritual consistia: sobras”. A figura de Teresa de Avila será a chacoalhada que precisa para sair das sobras, e estabelecer as verdadeiras prioridades.
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