José Lasaga Medina & Antonio López Vega: “Ortega y Marañón ante la crisis del liberalismo”

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José Lasaga Medina & Antonio López Vega: “Ortega y Marañón ante la crisis del liberalismo”. Ediciones Cinca. Madrid. 2017. 250 pgs. 

Uma viagem com rápida passagem por Madrid, e uma cerveja com um velho amigo, rendem-me este novo livro da sua autoria. As figuras de Ortega y Gasset y de Gregorio Marañon, que me são tão caras e de quem muito tenho aprendido, aparecem mais uma vez juntas: na capa do livro, em foto significativa, nos textos que deles se recolhem, e no pensamento liberal, objeto da presente obra.

O ensaio sobre Ortega, traz reflexões que já conhecia, mas que sempre se relem com gosto, como os trechos das Meditações do Quixote.  “Cada qual é filho das suas obras; considera, irmão Sancho que ninguém é mais do que outro até que não faça mais do que o outro. O verdadeiro individualismo não é ser diferente, mas fazer-se diferente. O indivíduo é poder criador de diferenças”.

O ser liberal que implica entender o outro, coisa que “irrita a qualquer espanhol: que o próximo existe e é preciso contar com ele (…) O liberalismo é a suprema generosidade: é o direito que a maioria outorga à minoria e, por tanto, o mais nobre grito que ressoou no planeta. Proclama a decisão de conviver com o inimigo, ainda mais, com o inimigo débil”.

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Leonardo Padura: La neblina del ayer

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Leonardo Padura: La neblina del ayer. Maxi Tusquets. Barcelona 2016. 358 pgs.

Padura nos ofrece otra entrega de Mario Conde, el detective que ya no ejerce, pero conserva el mismo instinto, los mismos modos, incluso las formas éticas. Ahora se dedica a la compra y venta de libros viejos, y se ejercita en la cultura que se ve le sienta bien.  “Su educación tenía que ver con todo esto. Conde, que en su juventud había cometido los más diversos desafueros -robar, copiar exámenes, pagar con trampas- jamás se atrevió a llevarse con afanes personales un solo libro de la biblioteca, a pesar de que Cristóbal había establecido la impensable excepción de dejarlo entrar en al almacén de libros para que hurgara a su antojo y escogiera sus lecturas. Aquel bibliotecario, Cristóbal, que le advertía: Condecito, cada libro, cualquiera, es insustituible, cada uno tiene una palabra, una frase, una idea que espera ´por su lector”.

Pero una vez policía, parece que no consigues librarte del atuendo. El olfato de detective le hace meterse, entre libros viejos, donde duermen crímenes antiguos, latentes, olvidados. Por un lado, una biblioteca suculenta que aparece a la venta, por urgencia económica de sus dueños. Por otro, una foto encontrada entre uno de los libros, de una bolerista de los años 50, a quien parece se tragó la tierra. La artista desaparecida que cantaba boleros, siempre suaves, disfrutando, con un aire de desprecio, medio agresiva, como si estuviera contando cosas de su propia vida.

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Um homem chamado Ove: a importância de um sorriso

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En man som heter Ove. Suécia. 2015. Diretor: Hannes Holm. Rolf Lassgård, Bahar Pars, Filip Berg, Ida Engvoll, Tobias Almborg, Klas Wiljergård, Chatarina Larsson. 116 min

Os filmes nórdicos são assim. Diretos, pontuais. Sem rodeios, sem enganchar-se em sentimentalismos latinos, sem entrelinhas. Tudo são linhas: claras, diretas ao ponto. Chegam frequentemente embrulhados numa produção sóbria, barata, sem grandes pretensões. A não ser, como digo, dar o recado. Este pequeno filme sueco é mais um exemplo. Um filme modesto, que resulta monumental no conteúdo sem guarnições. E a mensagem é a que consta no título: a importância de um sorriso.

Ove é um velho rabugento que não encontra motivo para continuar vivendo. É mais, quer desaparecer, mas as estratégias discretas para um suicídio sem barulho, não são fáceis. A buscada tragédia desemboca no cômico. Quer dizer, o drama se dilui no humor, como bem apontava Bergson naquele pequeno-grande ensaio sobre o riso que esvazia a tragédia com o quotidiano. Imaginem -dizia mais ou menos o filósofo francês- que Aquiles, o herói dos pés ligeiros, bocejasse ou se espreguiçasse antes do combate com Hector. Um desastre. O filho dos deuses aparece com toda a miséria limitante dos humanos.

Mas, que houve com o nosso Ove? Que aconteceu com este sujeito -nota-se logo que é um homem bom- para tornar-se antissocial, reclamar de Deus e o mundo, brigar com a própria sombra, enfim, apresentar-se como uma criatura insuportável? Por que há situações que conseguem espremer toneladas de azedume das pessoas que, por outro lado, são boa gente? Eis uma questão que contemplamos diariamente, na vida dos outros …. e na nossa própria. O que faz com que tiremos do fundo do poço nossa pior versão?

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Lamberto Maffei: Alabanza de la Lentitud

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Lamberto Maffei: Alabanza de la Lentitud. Alianza editorial. Madrid (2016).128 pgs.

Um pesquisador italiano de neurociências, com vertente humanista, faz uma reflexão em voz alta sobre a lentidão. Isso é este livro: uma advertência de que as coisas realmente importantes e substâncias requerem um tempo que o mundo atual não parece disposto a conceder-lhes.

Sua reflexão inicia-se num museu em Florença onde observa pintadas no teto umas tartarugas com uma vela acoplada. E o lema clássico: Festina lente! (apressar-se com lentidão). Quer dizer, não atropelar as coisas, refletir, ponderar, e aí sim, decidir e ir atrás, sem hesitar. O ímpeto irreflexivo é tão nocivo como a decisão pela metade. Isto nada mais é do que as partes clássicas da virtude da prudência. Mas parece que o museu lhe inspira: “um museu de arte produz mais serotonina do que qualquer fármaco”.

A proposta de Maffei é clara: refletir sobre os mecanismos cerebrais que conduzem as reações rápidas e as lentas. E sua interação com uma civilização que prima pela rapidez. Adverte que a rapidez da evolução técnica -muito rápido, com um pulsar de botão- nada tem a ver com o ritmo fisiológico do organismo, e do cérebro. Uma sociedade que compete com a biologia está destinada a perder.  Discorre depois sobre um tema que domina: a neurofisiologia. O desenvolvimento do cérebro humano, a plasticidade que possui, que permite ir sendo moldado através de décadas. Enquanto que a maturidade do cérebro do rato precisa de apenas algumas semanas e o de outros mamíferos de vários meses, somente no homem a plasticidade que permite atingir a maturidade estende-se por anos.

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Francesco Salvarani. Edith Stein: Hija de Israel y de la Iglesia

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Francesco Salvarani. Edith Stein: Hija de Israel y de la Iglesia. Palabra. (2012). 381 pgs.

Um livro que é, simultaneamente, uma biografia e um acompanhamento do pensamento filosófico e teológico de Edith Stein, escrito por um esperto, como fruto de 20 anos de investigação. Maneja uma ampla bibliografia que inclui os próprios escritos da filósofa, muitos outros sobre ela, e obras afins. Um belo trabalho muito bem alinhavado. Não me atrevo a dizer que seria uma biografia definitiva, porque isso sempre é uma pretensão. E, em tratando-se de personagem tão singular, com certeza uma incorreção, porque basta adentrar-se um pouco na sua vida, para saber que as surpresas continuarão a surgir. Haja visto aquele ensaio sobre a trajetória filosófica de Edith Stein, que já é uma avalanche de informações, dada a densidade do seu pensamento.

Edith nasce no dia 12 de Outubro que, naquele ano de 1891, coincidia com a festa da expiação no calendário judeu. A mãe dela, dona Augusta, sempre considerou essa festa como o verdadeiro aniversário de Edith, sua filha caçula. Perde o pai com menos de dois anos, e Augusta assume o comando do negócio. “O único centro de gravidade da família era agora esta mulher bíblica, com sua coragem e energia. A situação era dramática (com 7 filhos vivos, três outros já falecidos), mas não desesperada para alguém que sempre tinha confiado em Deus”.

Muitos dos dados biográficos são tirados das memórias que Edith escreve. De lá sabemos que com 6 anos diz quer sair do jardim da infância para entrar na escola de gente grande: esse era o presente de aniversário que pediu. E anota, “com 7 anos a razão predominou sobre o meu temperamento rebelde e convenci-me que minha mãe e minha irmã Frieda sabiam melhor do que eu aquilo que me convinha”. Gostava de escrever redações, pois conseguia exprimir o que sentia por dentro. “Não me preocupava entregá-las aos professores, mas não gostava que as lessem em casa, ou mostrassem para as visitas. Nos dias de festa, que não íamos à escola, minha maior alegria era poder ler um livro sem limite de tempo”. Era, desde criança, uma leitora voraz. Sem tirar o mérito, isso também explica como conseguiu devorar numa noite o Livro da Vida, de Teresa de Jesus, quando chegou a ocasião.

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Paterson: A poesia no quotidiano

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Paterson. (2016). Diretor: Jim Jarmusch. Adam Driver, Golshifteh Farahani, Kara Hayward, Sterling Jerins, William Jackson Harper. 112 min.

Paterson - coverTinha lido a crítica no jornal e chamou-me a atenção o motorista poeta. Depois chegou um desafio desses que, como sem querer, te lançam no grupo de colegas da faculdade, por ter criado uma fama imerecida de crítico de cinema. Dizia mais ou menos assim: “Assisti a um filme minimalista do Jim Jarmusch “Paterson” que indico. Curiosamente, pelo site de cinema ImDb acessei uma crítica do filme em espanhol cujo resenhista se chama Pablo Blasco…embora sei que não é você”. Recolhi a luva, e a guardei para ver a melhor ocasião para o duelo. Pouco depois outro amigo me espetou: “Tenho o filme para você. Paterson. Veja e me diga o que lhe parece”. Não havia mais o que esperar, agora com duas luvas no bolso. O duelo -um modo de dizer- estava lançado, quase que em simultânea, como aquele primeiro onde D’Artagnan enfrenta os três mosqueteiros, chegam os guardas de Richelieu e acaba conquistando a confiança de Athos, Porthos e Aramis.

Sentei para ver o filme e respondi a estocada da segunda luva, de bate pronto. “Assisti Paterson. Impactante. Mas para público seleto. A poesia do quotidiano. A rotina que vira verso. Desprendimento e simplicidade contundente. E a força da vocação e da arte que nunca morre. Páginas em branco são sempre excelentes oportunidades”. Depois continuei pensando sobre o filme, e os pensamentos cristalizam nestas linhas, atrasadas, mas decantadas na serenidade rodeada da poesia que nos cuida e nos cura.

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Kazuo Ishiguro: “O Desconsolado”

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Kazuo Ishiguro: “O Desconsolado”. Ed Rocco. 1996. 489 pgs.

o-desconsolado-kazuo-ishiguroA notícia do prêmio Nobel concedida a Ishiguro foi o gatilho para aventurar-me nesta leitura. Habitualmente não tenho tropismo pela notícia literária de última hora -nunca pelos best-sellers, que não são garantia de qualidade em absoluto- a não ser que tenha me informado convenientemente. Lembrei de um livro (e o correspondente filme) deste autor, Não me abandones jamais, que li anos atrás, intrigante e questionador. Recordei também o filme superior de James Ivory, “Os Vestígios do Dia”, com a soberba atuação de Anthony Hopkins e Emma Thompson. Tropecei com uma crítica séria sobre a obra de Ishiguro recomendando a leitura completa da sua produção. E, finalmente, chegou no meu correio o comentário de um amigo e colega médico, esbanjando louvores ao Nobel. Um click na Estante virtual e tinha este livro nas minhas mãos um par de dias depois. Mergulhei na leitura com vontade…..e descobri que a piscina tinha pouca água porque senti o golpe.

Kazuo Ishiguro constrói muito bem a narrativa -deve ser melhor apreciado no idioma original, inglês, mas a tradução não deixa a desejar- cria expectativa, mas algo não funciona. Cadê o argumento? Na contracapa adverte tratar-se da visita de um músico famoso, Ryder, a uma cidade onde dará um concerto. E a seguir avisa que é um romance sobre a falta de comunicação entre pessoas que se amam, mas não se escutam. Não prestei atenção, como disse, e pulei na piscina de quase 500 páginas.

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Hannah Arendt. “Verdad y mentira en la política”

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Hannah Arendt. “Verdad y mentira en la política”. Página Indómita. Barcelona (2017). 160 págs.

Hannah Arendt. Verdad y mentira en la políticaMinha admiração por Hannah Arendt arranca do magnífico filme, previamente alavancado por um estudo, a modo de tese doutoral, sobre a vida e obra da filósofa. No filme, os 4 minutos de discurso onde expõe sua tese sobra banalidade do mal é um momento de epifania na clareza de pensamento. Já rendeu comentários, conferencias, workshops, enfim, que os royalties que tenho de pagar para a pensadora alemã não são pequenos. Por isso faço questão de comentá-lo aqui de modo explícito: é o reconhecimento formal da fonte dos meus comentários, o que entre os acadêmicos salda os direitos autorais.

Este pequeno livro, reúne dois ensaios curtos publicados na década de 60 em Estados Unidos, onde a autora vivia desde o começo dos anos 40. O primeiro a raiz da controvérsia causada pela publicação de Eichmann em Jerusalém (justamente onde aborda o tema da banalidade do mal); o segundo, com ocasião da publicação de documentos classificados do Pentágono, relativos à guerra do Vietnam. Os motivos, no entanto, são apenas um detalhe casual: o importante é o núcleo do seu raciocínio sobre a verdade e a mentira em política.

Arendt é uma pensadora -não gostava de chamar-se filósofa- que sendo positiva e apaixonada pela verdade (a paixão por compreender as coisas é uma tónica sempre presente) não se ilude. Por isso, logo de cara invoca o velho adágio:  Fiat veritas, et pereat mundus. Isto é, se dizemos as verdades o mundo se afundará. E com este realismo nos adverte que a verdade e o poder são elementos que não se misturam, como água e óleo. “A possibilidades de que a verdade fatual sobreviva ao ataque do poder é de fato muito reduzida; a verdade corre o risco de ser expulsada do mundo, não apenas por uma temporada, mas definitivamente”. Não há porque decepcionar-se, visto que essa é a realidade. Ignorar isto seria ingenuidade.

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Boris Pasternak: “O Doutor Jivago”

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Boris Pasternak: “O Doutor Jivago”. Ed. Itatiaia Ltda. Belo Horizonte. 1984. 461 pgs. 

O doutor JivagoUma viagem a Rússia por conta de um Congresso, e a recente leitura do livro de Todorov onde se fala amplamente de Pasternak, contribuíram para bater o martelo e optar por este livro para a nossa tertúlia literária mensal. Embora eu tinha, lá com os meus botões -aquele senado que, no dizer de Machado de Assis, sempre vota ao teu favor- minhas reservas. Explico.

O filme de David Lean (diretor britânico idolatrado – A Ponte sobre o Rio Kwai, Lawrence de Arábia, Desencanto) foi o meu primeiro encontro -e único até o momento-  com Jivago. Em circunstâncias curiosas: assisti ao filme com alguns amigos, sendo ainda adolescente, e saltando as regras, pois não tínhamos idade suficiente para entrar. Foi durante umas férias, num cinema ao ar livre, como aquele que aparece em Cinema Paradiso, na praça de uma pequena vila.

Não entendi grande coisa -a revolução russa era assunto muito distante para um garoto de 14 anos-, mas fiquei um pouco indignado com Omar Sharif, o eterno Jivago nas telas. Lembrava vagamente de que estava casado com uma mulher linda (Geraldine Chaplin) e que por algum motivo acaba parando na cama de uma loira (Julie Christi) sem maiores explicações. E vai, de uma para outra, meio confuso. Guardei na memória, e nunca mais me interessei pela personagem… até que agora surgiu a ocasião.  Sempre pensei que não tinha entendido direito aquelas idas e vindas, talvez por conta da minha idade ingênua.

Logo nas primeiras páginas do livro, agora passados os anos, é fácil entender a desorientação de Jivago, uma sina que o acompanha durante toda a vida… como já tinha suspeitado quando vi o filme. Escreve Pasternak: “Iuri tivera uma infância desordenada e repleta de enigmas perpétuos; estava sempre em casa de estranhos, que nunca eram os mesmos. Acostumara-se a essas mudanças e, em meio a tão permanente confusão, já não se admirava da ausência do pai”. O pai ausente e o enterro da mãe, são a abertura do livro. O tio, um clérigo secularizado, toma conta dele; até certo ponto, porque é um filósofo reacionário que também não se entende com os revolucionários, já que “refletia sobre os mesmos problemas que eles (os agitadores), mas que, além da terminologia, nada tinha com eles em comum”.

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Tzvetan Todorov. Insumisos

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Tzvetan Todorov. Insumisos. Galaxia Gutemberg. Barcelona (2016). 220 pgs.

Tzvetan Todorov. InsumisosEis um interessantíssimo ensaio, ou melhor, uma reflexão articulada em cima de personagens da história, que têm um denominador comum: figuras que entenderam sua vida como um compromisso com a verdade, e por tanto resistiram sem curvar-se aos ventos politicamente corretos.  Leio a tradução espanhola do original em francês, mas anoto estas considerações em português, em tradução livre por minha conta. Todorov foi um intelectual búlgaro que se mudou para a França quando ele mesmo descobriu que o comunismo que tomava conta do seu pais, não era o paraíso prometido. E continuou trabalhando, estudando, escrevendo. Ele era, ao seu modo, também um contestador, um insubmisso.

Atitude esta que não é negativa nem destruidora, mas uma afirmação, como anota textualmente: “A insubmissão é positiva. É ao mesmo tempo, resistência e afirmação. As pessoas cujo itinerário se descreve aqui mostram como a sua virtude moral se transforma em instrumento político. Apoiam-se nas qualidades individuais para intervir no âmbito público. Não é uma política dominada pela moral, nem uma moral submetida a objetivos políticos; são, sim, atos morais individuais que se convertem em elementos da vida política”.  Eis uma questão essencial da qual parecem fugir os homens públicos, ao insistirem no divórcio entre a vida pessoal e a sua atuação em funções. A explicação é clara: “O ser humano não termina nos limites do seu corpo, mas inclui a relação com os demais (…) A ação moral somente funciona em primeira pessoa do singular. Moralmente, somente posso me exigir a mim mesmo. Quem faz moral para os outros sem submeter-se a ela, é duplamente imoral, consigo mesmo e com os outros”. Um postulado que, caso fosse utilizado como paradigma de seleção dos homens públicos, poucos candidatos sobrariam.

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