UM HOMEM DE FAMILIA: Viver como se fosse a segunda vez.
(Family Man) Diretor: Brett Ratner. Nicolas Cage, Téa Leoni, Don Cheadle, Jeremy Piven. 125 min.
Alguém comentou –não lembro quem, e talvez não foi ninguém em concreto, mas sim sentir comum popular- que seria bom viver duas vezes. Uma para testar o modelo, e na outra para reeditar a vida, agora sem erros, passada a limpo. Sim lembro que foi Viktor Frankl , o psiquiatra austríaco criador da Logoterapia – a terapia de sentido da vida- quem recomendava viver e atuar como se tratando da segunda vez e da primeira se tivesse atuado de um modo tão ruim como estávamos a ponto de fazer nesse momento. Em outras palavras: parar e pensar que não vai ter segunda chance, que essa é a definitiva, e corrigir os erros na fonte, antes de emiti-los. Também lembro que Fernando Pessoa admitia que viver a vida –vive-la bem, se entende- era de fato complicado e assim reconhecia em poesia cantada: “Temos todos que vivemos/ Uma vida que é vivida/ e uma vida que é sonhada/ e a única vida que temos/ é essa que é dividida/ entre a verdadeira e a errada.
Pensadores, poetas, psicólogos tem o seu modo de ver a vida. Os filmes retratam, melhor ou pior, os anseios do ser humano e Hollywood, volta uma vez e outra, sobre as duas vidas –a verdadeira e a errada- e almeja a possibilidade de dar marcha a ré no próprio viver, para acertar o caminho de vez. Um homem de família é uma variação sobre o mesmo tema, em versão divertida, amena, e que faz pensar.
Leia mais