Dante Gallian: É Próprio do Humano. Uma odisseia do autoconhecimento e da autorrealização em 12 lições.
Editora Record. Rio de Janeiro, 2022. 306 págs.

Aconteceu novamente. São os amigos escritores que chegam com o exemplar já dedicado, sob medida. Dedicatória cálida, provocante; não há como evitar debruçar-se sobre a obra, tomar algumas notas e atrever-se a rascunhar uma opinião. Não uma crítica ao livro -nem me atreveria- mas, como sempre neste espaço, o que o livro provocou em mim, como me afetou. O relato fenomenológico da leitura, por dizer de algum modo. Cada um terá o seu, obviamente.
O professor Dante adverte que para aproveitar esta sua nova obra, não é imprescindível ter lido a Odisseia de Homero antes. Bela advertência que abre portas e possibilidades a um público amplo. E não e preciso, porque ele, Dante, levará da mão o leitor nesta aventura. Anota: “A experiência de Ulisses nos permite refletir sobre uma das verdades mais centrais e profundas daquilo que é próprio do humano. Por mais que acreditemos e propalemos que o ideal da felicidade humana está na posse inalienável de todos os bens que nos asseguram o bem-estar, incluindo aí a juventude eterna e a imortalidade, a vivência real dessa possibilidade não satisfaz o coração, não corresponde àquilo que é próprio do humano (…) Como é difícil para nós, imersos nesta cultura e nesta mentalidade tão “desenvolvida” e “civilizada” em que vivemos, aceitar que a jornada da vida não é prolongar o máximo possível os confortos e prazeres; nem a cultura do ter, do possuir, mas de aceitar que depois da subida vem a descida, depois do auge vem a decadência, que não é necessariamente má, mas natural e necessária.
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