Juan Antonio Díaz González: Sou Médico – Identidade Pessoal na Prática Médica
Cultor de Livros. São Paulo. 2025. 205 págs.

Chega-me o livro diretamente das mãos do autor, com uma amável dedicatória, que fala de gratidão e nos estimula a seguir com esta sementeira de Humanismo na Medicina, que nos ocupa há várias décadas. Começo a leitura e vou lembrando das várias conversas que tive com Juan Antonio, enquanto me mostrava, solícito, as instalações da Clínica Universitária de Navarra, no campus de Madrid. Constava-me que sua área médica de trabalho era muito específica, Radioterapia para pacientes oncológicos. Mas já naquela altura disse-me que gostava de ensinar algo diferente -entendi, como algo mais importante- para qualquer médico. A essência da medicina, o que um médico não pode não saber, nem deixar de viver. Este livro é, sem dúvida, o resultado dessa empreitada docente.
No prólogo da edição espanhola encontro uma frase provocativa, quando fala da Medicina como de “uma profissão que tem sido não tão entusiasmada nos últimos tempos, devido ao desgaste e à falta de consideração, e a alguns estudantes que são talvez um pouco mais pragmáticos do que o desejável, devido à crise que afeta os objetivos da medicina”. E também adverte que o livro é um recurso para recriar-nos e amar o que temos entre mãos. Esse pensamento despertou na minha memória as palavras de Gregório Marañón, um imenso paradigma de médico humanista, quando escreve a propósito dos velhos médicos: “Eles tinham um sentido da Medicina mais cordial, mais humano. Permanecia neles a figura do velho médico familiar, conselheiro, sacerdote, amigo nos momentos difíceis em cada lar. É provável que não soubessem tanto como nós, mas certamente foram melhores e mais sábios. Infelizmente, vamos esquecendo que a sabedoria não é somente saber as coisas mas também amá-las”.
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