George Orwell: As distopias do futuro, do passado e do presente
“A Revolução dos Bichos”. Companhia das Letras. São Paulo. 2007 120 págs.
“1984”. Companhia das Letras, São Paulo, 2009. 383 págs.


Tropecei nas últimas semanas, com alguns artigos e comentários -incluída uma crítica de teatro- que traziam George Orwell à pauta. Foi o suficiente para retomar a leitura dos seus dois livros clássicos que, conforme parece, foram em dobradinha, os dois livros mais vendidos nos últimos tempos: A Revolução dos Bichos, e 1984.
Orwell, um idealista nascido na Índia, no império britânico, sonhou com o socialismo, envolveu-se na revolução espanhola e se deu mal quando “a ficha caiu”. Na guerra civil espanhola, percebeu que os anarquistas estavam depurando o socialismo ideal no qual ele militava, e saiu com vida de milagre. A partir daí, voltou-se contra a ditadura soviética, e plasmou o seu pensamento nesses dois livros. Morreu em 1950, com 49 anos, pouco depois de publicar 1984.
A Revolução dos Bichos, publicado em 1945, no final da segunda guerra mundial, o cenário fictício é a rebelião dos animais -sempre oprimidos- buscando a liberação. Assim anota os gritos rebeldes: “Praticamente, da noite para o dia, poderíamos nos tornar ricos e livres. Que fazer, então? Trabalhar dia e noite, de corpo e alma, para a derrubada do gênero humano. Esta é a mensagem que eu vos trago, camaradas: rebelião (…) Fechai os ouvidos quando vos disserem que o Homem e os animais têm interesses comuns, que a prosperidade de um é a prosperidade dos outros. É tudo mentira. O Homem não busca interesses que não os dele próprio”.
Leia mais