A.E.W. Mason: As quatro penas brancas.
A.E.W. Mason: As quatro penas brancas. Ed Lacerda. 2000. 352 págs.

Quero lembrar que a recomendação desta leitura partiu de algum dos boletins literários que recebo habitualmente. E algo se falava lá de aventuras, de um clássico da época vitoriana, de lealdade, traição, honra e culpa. Também soube -e comprovei depois- que tinha sido adaptada ao cinema algumas vezes. Com esses predicados, escalamos o romance para a tertúlia literária mensal.

A trama gira em volta das quatro penas brancas que Harry Feversham recebe -como símbolo de cobardia- quando já noivo de Ethne, se recusa a partir com o seu batalhão para combater na África pelo império britânico. Na verdade, são três as penas que recebe -uma de cada um dos seus colegas oficiais-, mas a quarta é acrescentada pela própria noiva, ao saber da decisão de Harry. A tentativa de livrar-se dessas penas que apontam culpa e infâmia, é o motor de todo o romance.
A conduta aparentemente reprovável de Harry, requer uma explicação que o autor coloca no início do romance. Não tinha vocação militar, apenas seguia os sonhos do pai, um general reformado. “Os longos anos de infância, adolescência e juventude vividos na presença de um pai antipático e dos implacáveis mortos que o olhavam dos retratos da galeria (familiares militares), causaram seus danos. O rapaz não tinha ninguém por perto em quem pudesse confiar. O medo da covardia minou incessantemente seu coração, passava o dia com ele e o levava para a cama. Tinha havia povoado seus sonhos e sido seu companheiro perpétuo e ameaçador. O medo o impediu de se aproximar dos amigos, por receio de que uma palavra impulsiva o denunciasse”.
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