Rafael Ruiz: “O Espelho de América”
Rafael Ruiz: “O Espelho de América”. Ed. Ufsc. Florianópolis. 2011. 195 pgs.
“São as minhas aulas, um curso que dei na USP”. Desse modo, o autor me confidenciou o conteúdo desta sua próxima publicação. Estávamos participando num Seminário sobre “Arte e Beleza”, dirigido a jovens universitários, durante o último Carnaval. Toda uma conquista.
Algumas semanas depois estive no lançamento do livro, para garantir o meu exemplar autografado. A leitura me resultou completamente familiar. E não apenas por tratar-se de um livro conversa –como adverte a professora que escreve o prefácio- mas porque conheço o estilo do autor, do “mano-a-mano” em que com frequência nos vemos envolvidos para promover a educação humanista.
O Rafael tem a invejada habilidade de saber convocar variados interlocutores –personagens da literatura clássica- para estabelecer um diálogo entre eles e o público. Conduz as reuniões como um “ancora de telejornal” que cede passagem aos diversos correspondentes, distribuídos no espectro literário, e deste modo dar o seu recado. Nunca são conceitos fechados e herméticos, mas pontos de instigação que provocam a reflexão do público. Quer dizer, o núcleo do que denominamos conhecimento construído, paradigma da educação moderna de adultos. Como ele mesmo escreve, “o conhecimento não é um produto, mas um processo; não é um bloco fixo de informação, transmitido através de um download dos lábios do professor ao intelecto do aluno.”